Soumitra Dutta participou, nesta sexta-feira (4), de transmissão online promovida pela MEI sobre resultado de 2020 do Índice Global de Inovação, no qual o país está em 62° lugar
O Brasil avançou quatro posições no Índice Global de Inovação 2020, em relação ao ano passado, mas precisa acelerar o ritmo de melhora, alertou o professor da Universidade de Cornell Soumitra Dutta durante debate online, nesta sexta-feira (4), promovido pela Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI). Segundo ele, a inovação é uma corrida mundial, em que os países competem entre si pelo sucesso global, e o Brasil precisa fazer mais para superar a posição modesta em que se encontra no ranking, o 62° lugar entre 131 países. A transmissão ao vivo foi realizada nas redes sociais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que coordena a MEI.
Para Dutta, um dos editores do Índice Global de Inovação, é fundamental o envolvimento de altas autoridades, o presidente da República e seus ministros, em conduzir o país nesse campo. Os líderes devem demonstrar que a inovação não é importante apenas para criar riqueza econômica, mas, principalmente, para gerar desenvolvimento social. “O mundo está se movendo rapidamente e o Brasil precisa acelerar o ritmo. Isso apenas ocorre quando as autoridades, a sociedade, os empresários se unem para fazer acontecer”, avaliou.
Segundo ele, nos Estados Unidos, a administração do presidente Donald Trump criou um ambiente de que o país compete com a China para liderar o mundo em ciência e tecnologia. Apesar de toda a divergência existente, os dois principais partidos políticos estão unidos no Congresso para aumentar o financiamento à inovação em áreas-chave como inteligência artificial. “O envolvimento da alta liderança é essencial e é preciso focar o país no fato de que a inovação é chave para o sucesso global, e é o que se vê na maioria dos países em que a inovação é uma prioridade nacional”, afirmou.
País deve construir conexão entre universidades e empresas
Uma das recomendações do especialista para o Brasil é que o governo busque estabelecer colaboração entre os diferentes atores do ecossistema de inovação com o objetivo de construir uma marca nacional que o mundo possa reconhecer. De acordo com o ranking global, o Brasil tem um ambiente de negócios sofisticado e talento humano, mas falta construir conexões entre as universidades e as empresas. É necessário também melhorar a qualidade da educação, outro dos critérios utilizados no índice que afeta o desempenho do país.
“O Brasil está à frente de outros países no gasto com educação, mas há dificuldades com a performance dos alunos do ensino médio na escala do Pisa e no baixo número de estudantes de ciências e engenharias”, explicou o professor de Cornell. O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) avalia alunos de 15 anos em 79 países. Na última edição, o Brasil ficou em 57° lugar em leitura, 66° em ciências e 70° em matemática.
O diretor-executivo de Índices Globais do Insead, Bruno Lanvin, que também participa da elaboração do Índice Global de Inovação, recomendou que o Brasil se inspire em modelos de sucesso de países com grande população, como os Estados Unidos, a China e Índia, assim como em países de renda média, para elaborar sua própria estratégia de avanço nesse campo. “O Brasil pode ver o que eles fizeram em educação, na conexão entre universidades e empresas e tentar aplicar o que é relevante. Você não adota uma prática, você adapta uma boa prática de acordo com seus próprios hábitos e limitações”, analisou.
Segundo Lanvin, há uma preocupação de que a crise econômica criada pela pandemia do novo coronavírus afete o investimento futuro em inovação. “A crise real não começou ainda. A dificuldade dos pacotes de recuperação econômica será não ficar totalmente hipnotizado pelas urgências de curto prazo”, avaliou o diretor do Insead.
“Um dos maiores desafios é lidar com o longo prazo e o curto prazo ao mesmo tempo, e a inovação é exatamente sobre usar o presente para construir o futuro. Por isso, o financiamento da inovação é não apenas um elemento crítico, mas simbólico de como os países vão reagir à crise gerada pelo Covid”, completou.
Financiamento da inovação deve ser constante
O líder da MEI e presidente do Conselho de Administração do Grupo Ultra, Pedro Wongtschowski, que mediou o debate, avaliou que uma das principais necessidades do Brasil é garantir financiamento contínuo e crescente em ciência, tecnologia e inovação. “É preciso garantir alguma previsibilidade e disponibilidade de recursos para permitir a continuidade dos esforços para se atingir resultados significativos. O setor público tem papel fundamental em assegurar essa previsibilidade”, afirmou.
Nesse sentido, a CNI defende a aprovação no Congresso do Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 135/2020, de autoria do senador Izalci Lucas (PSDB-DF), que prevê a liberação total de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). O projeto propõe a vedação do contingenciamento dos recursos para CT&I; a transformação do FNDCT em fundo de natureza contábil e financeira; e a promoção do aporte automático ao fundo dos recursos não utilizados no exercício.
Fonte e imagens: Agência CNI de Notícias
Agora, que tal comprovar como a BMS esta ajudando as empresas na jornada tecnologia para sua melhor sua produtividade e competitividade, (clique aqui) e receba a proposta comercial ideal para a sua indústria.